Olá amigo leitor.
Esse é mais um ano que também será tão desafiador como os demais. Como bom brasileiro somos acostumados a viver crises uma atrás da outra e a estabilidade é o que nos preocupa.
E há um assunto que precisamos conversar, que é o superendividamento que está sendo um problema que vem atingindo cada vez mais famílias e comprometendo mais ainda a nossa qualidade de vida. Com a inflação somado ao aumento do desemprego, a renda das famílias sofreu um forte impacto. Estamos nos endividando para conseguir manter o nosso padrão de vida e sem percebermos podemos entrar em uma situação em que a nossa renda pode deixar de ser suficiente até mesmo para pagar os juros das nossas dívidas.
O desafio é que naturalmente falando buscamos a estabilidade e nos acostumamos facilmente com o conforto. Se a nossa renda aumenta automaticamente, então aumentamos nossos gastos e adquirimos novos hábitos de consumo, e quando perdemos o emprego ou a fonte de renda que sustentava esses gastos ainda buscamos manter o padrão de vida e isso nos leva a contrair empréstimos e consumir os limites de cheque especial, cartão de crédito e outras linhas de crédito que o mercado oferece.
No Brasil não temos a cultura de fazer uma reserva financeira, guardar parte do valor que recebemos porque a maioria de nós crescemos com a escassez de tudo então quando temos uma oportunidade onde a nossa renda aumenta automaticamente buscamos viver tudo o que não conseguimos viver antes e isso nos joga em uma armadilha onde o nosso famoso “deixa para se preocupar com isso depois” cobra seu preço sem muita demora. O perfil dos nossos gastos muda com o tempo, por exemplo. No começo dos anos de 1990 as nossas contas básicas de casa além do aluguel eram apenas a conta de água e energia e atualmente junto delas temos a assinatura de internet, os créditos para celular, as assinaturas de serviços como Netflix, financiamento de automóvel, isso sem mencionar outras despesas regulares para não deixar a lista muito grande.
Independentemente do tamanho do orçamento familiar, é possível se organizar financeiramente para reduzir o endividamento e conseguir uma evolução na qualidade de vida e tudo começa com a questão do planejamento. Nós não sabemos exatamente o quanto recebemos de pagamento e nem o quanto gastamos e com o quê gastamos. Somos educados a financiar a compra de bens de consumo em vez de guardar dinheiro para fazer uma compra planejada, e quando se fala em compra planejada estamos falando de colocar o dinheiro em qualquer lugar, sob o colchão, em uma caderneta de poupança, um título público ou em renda variável e não em comprar uma cota de consórcio.
Somos uma sociedade em plena evolução e hoje a pauta da educação financeira vem ganhando força sendo adicionada a grade curricular nas escolas públicas, o que é um trabalho com resultados a serem colhidos no longo prazo euma luz no fim do túnel porque uma sociedade educada financeiramente toma decisões de consumo mais inteligente e decisões inteligentes geram riqueza e prosperidade.
Hoje para evitar o superendividamento podemos começar com a organização da nossa vida financeira organizando as receitas e despesas, mapeando todas as dívidas parceladas e montando um plano de ação. Não é uma tarefa fácil, mas é um começo e vai ajudar você a saber onde está e assim definir onde quer chegar e a começar a tirar das costas a sensação de que só está em um ciclo vicioso de trabalhar pagar conta e trabalhar.
Com foco e disciplina os resultados não demoram a aparecer porque é preciso paciência.
Tenham um ótimo começo de ano e nos falamos em breve.